CULTURA

Vindjomba busca a internacionalização das danças tradicionais dos nyaneka-humbi

Por: CLINTON MANUEL

A riqueza cultural de nacional é um tesouro que merece ser explorado e celebrado, e o grupo conhecido como “Vindjomba” tem como objectivo fazer exactamente isso. O nome “Vindjomba,” que significa “dançar” na língua nativa nyaneka-humbi, é o nome escolhido para baptizar um grupo que utiliza a dança como uma ferramenta para preservar e internacionalizar a cultura desse povo do sul do país.

Há quatro anos, o grupo Vindjomba teve seu início em uma situação singular. A médica Nádia Camate procurou um presente especial para um amigo que estava prestes a se casar em Luanda, a capital de Angola. Sua ideia original era transportar os hábitos e costumes dos nyaneka para a cerimônia de casamento, tornando o momento ainda mais especial. O presente foi bem-sucedido e o grupo teve sua primeira aparição pública no casamento do amigo, o que marca o início de uma jornada cultural significativa.

Hoje, o grupo Vindjomba é composto por dois percussionistas, seis dançarinas/vocalistas e uma diretora artística, Nádia Camate. Além da dança “ovindjamba,” que é a mais solicitada nas apresentações do grupo, o repertório inclui danças de festas de iniciação masculina (ekuendje) e feminina (efiko), panga panga e kanunga. Para criar suas coreografias, o grupo se baseia em fontes como bibliotecas vivas e conhecimentos transmitidos oralmente pelos mais velhos. Também se beneficiaram do trabalho de estudiosos da cultura nyaneka-humbi.

No entanto, a directora artística Nádia Camate expressou preocupações sobre a falta de estudos publicados que garantam a preservação das danças tradicionais. Ela enfatizou a importância de pesquisadores e estudiosos da cultura angolana e centros universitários dedicarem atenção à produção de trabalhos detalhados sobre essa riqueza cultural.

O grupo Vindjomba enfrenta desafios em sua busca por preservar e internacionalizar a cultura nacional. Eles desejam levar a arte além das fronteiras de Angola, apresentando-a ao mundo e promovendo a ancestralidade do país. Apesar dos desafios, a dança trouxe inúmeras alegrias, prosperidade e melhorias na vida cotidiana dos membros do grupo. Os ensaios tornaram-se uma actividade diária que afasta o sedentarismo, mantendo a cultura nyaneka-humbi viva.

Para atingir seus objectivos, o grupo está à busca de um estúdio para a gravação de suas músicas, a fim de torná-las mais acessíveis em diferentes contextos. Além disso, eles receberam convites para colaborações musicais e participaram em eventos internacionais, como o Festival Internacional Lusófono e apresentações no Brasil, Índia e China. No entanto, a busca por patrocínio e apoio financeiro continua sendo um desafio.

O grupo Vindjomba também tem uma escola para as novas gerações, onde crianças aprendem danças e músicas folclóricas angolanas, mantendo viva a tradição e transmitindo conhecimento para as gerações futuras.

Os Vindjomba têm orgulho de ser embaixadores da cultura angolana, levando sua dança e música para diversas partes do mundo. Suas atuações memoráveis e a paixão pela preservação da cultura angolana destacam o papel essencial que a arte desempenha na representação e celebração da rica herança cultural do país. A luta pela preservação dos hábitos e costumes, juntamente com a dança, traz esperança de que a cultura angolana não seja esquecida. Porém, o grupo enfrenta desafios de reconhecimento e valorização, com a necessidade de ser mais amplamente reconhecido e apoiado.

A história do grupo Vindjomba é uma inspiração e uma lembrança de que a cultura é uma parte essencial da identidade de um povo. Seus esforços para preservar e internacionalizar as danças tradicionais dos nyaneka-humbi são uma contribuição valiosa para a riqueza cultural de Angola e uma representação orgulhosa de sua ancestralidade. A dança, para eles, é muito mais do que movimento; é uma linguagem que conecta o passado ao presente e ao futuro. O grupo Vindjomba continua a dançar com o coração e a alma, trazendo a alegria de sua cultura para o mundo.

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