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TONY AMADO ADMITE QUE KUDURO SURGIU DE UM FILME COM PARTICIPAÇÃO DE VAN DAMME

Por: MATEUS MATEUS

O Músico e empresário, António Rosário Amado da Fonseca, conhecido nas lides artísticas como Tony Amado, afirma que o kuduro, um dos estilos de música icônica de Angola e que hoje faz furor em todo mundo por causa da sua própria dança, foi uma invenção resultante dos sonhos que tinha na década de 80, quando pensava em fazer alguma diferença na música angolana.

Tony Amado nasceu na província de Malanje onde nos anos 80 dava aulas de diversos estilos musicais e ao mesmo tempo cantava Kizomba e Semba para além de tocar e cantar na igreja, sendo que na dança, queria trilhar os passos de Michael Jackson, por isso, imitava as suas coreografias. Mas, a sua curiosidade, criatividade e o desejo de fazer grandes produções para ser lembrado na música, lhe motivaram a aprofundar mais às danças que fazia e acelerar os “beats” das suas músicas.

Em entrevista a IXIETU, o músico contou que na véspera de 1990  assistiu à um filme com a participação do actor Jean Claude, Van damme, onde os actores davam alguns passos que despertaram a sua atenção e capacidade criativa, passando a ser base das suas coreografias, que mais tarde começou a chama-las de Kuduro.

Não planifiquei que vou inventar o kuduro, apenas coloquei em acção todos meus pensamentos“, salientou.

Tony Amado disse ter enfrentado várias barreiras para ter o termo “Kuduro” aceite na sociedade angolana, porque era visto como ofensa. Só mais logo, em 1998, depois de 8 anos teve as duas primeiras obras registadas na direção de autores e conexos do Ministério da Cultura, quando a partir desta altura, começou a ser aceite já em alguns programas de rádio e tv. Conta ainda que na medida que foi ganhando fama sentiu a necessidade de recrutar novos jovens que pudessem dançar e começou a ensina-los a cantar também, no sentido de expandir o estilo.

Dentre os jovens que Tony Amado passou o testemunho, está Sebem, que hoje é tido e conhecido como um dos percursores do estilo. Tony Amado revelou que convidou, escreveu e gravou, inclusive, a primeira música de Sebem.

Quanto as intrigas (beefs) diz que era apenas uma estratégia para que ficassem sempre na “boca do povo“.

O agora empresário, diz ter orgulho do nível que o estilo atingiu, mas mostra-se triste com alguns kuduristas pelas más condutas que trazem e que não dignificam o estilo. Por estas e outras situações da vida artística em Angola, o artista diz não se sentir realizado na música e acredita que isso só será possível fora do país.

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