CINEMA E FOTOGRAFIA

Cineastas pedem leis que defendam profissionais

Por Horácio Chiviya

Os cineastas angolanos pedem ao Estado que crie e faça sentir as leis que regulem e defendam os interesses dos profissionais das artes cénicas.

Os profissionais do cinema em Angola dizem que não existem políticas que regulem o mercado no país, e sublinham que se existem leis a propósito, então é do desconhecimento dos players do sector.

Situação que segundo os artistas, afugenta entidades empresariais interessadas em investir nas produções cinematográficas.

O cineasta e responsável da Obilisco Comunicação Visual, Mawete Paciência, por exemplo, pede que o Governo angolano para que faça um trabalho de base fazendo com que as leis que existem no país cheguem aos agentes de cinema.

O realizador alerta que o país vai ter problemas com produtores internacionais, porque quando quiserem vir produzir no território nacional vão precisar de ter contacto com as leis que regulam o mercado. “Onde estão”? Questionou.

Falando nessa sexta-feira no programa Janela Aberta da TPA, Mawete Paciência apelou também que deve haver boa-vontade por parte do Estado em olhar  para o cinema como fonte de rendimento e que pode gerar muitos empregos.

“Há um trabalho enorme que os nossos governantes devem fazer em prol do cinema para tornarmos o mercado rentável”, disse.

Já o jovem realizador Satanha Cinéfilo, sublinhou que é importante que haja legislação que defendam conteúdos de audiovisual para que os cineastas nacionais possam beneficiar, entre outros aspectos, de boas parcerias internacionais.

Entretanto, o actor Sílvio Nascimento referiu que o inimigo da evolução cultural é o governo, porque no seu entender, o Ministério da Cultura deve ser o mediador em regular e facilitar o mercado, sobretudo nos casos dos impostos.

Durante um live realizado pelo actor, na sua página da rede social facebook, para responder a um debate sobre “Quanto deve ser o caché do actor angolano” lançada nas redes sociais pelo realizador Dorivaldo Fernandes, Sílvio Nacimento destacou que não se valoriza a cultura em Angola.

“E quando a cultura não é valorizada perde-se muito: desde postos de trabalho, profissionais, porque vão para outras áreas a procura de sobrevivência e até a valorização cultural do próprio país”, sublinhou Sílvio Nacimento.

Entre outras, disse ser fundamental que se faça sentir no país a Lei do Mecenato (que incentiva as entidades empresariais a financiarem projectos culturais retirando-lhes altos impostos) para que haja mercado e o cinema no país possa ser rentável, possa gerar emprego e dar dignidade aos profissionais.

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