TEATRO

Artistas de teatro consideram “crime” a destruição do auditório ‘Avenida Teatro’

Por Horácio Chiviya

Os artistas e criadores de artes cénicas no país consideram que se cometeu um “crime grave” com a destruição do Teatro Avenida, na baixa de Luanda.

Durante a segunda edição da Mesa Redonda, realizada pela Associação Angolana de Teatro, a 27 de Março, data em que se assinala o Dia Internacional do Teatro, os membros associativos voltaram a reclamar da falta de espaço para a realização de suas actividades.

Apontaram a década de 80 e 90 como “bons momentos do teatro em Angola”, e associaram a queda da actividade teatral à destruição do espaço Teatro Avenida.

“Com a destruição do teatro Avenida mataram-nos”, disseram.

Segundo Adelino Caracol, presidente da referida Associação, o actor em Angola “vive de fé e sonhos, dado que os espaços são escassos no país”.

Adelino Caracol sublinhou ainda que para fazer espetáculos, os artistas recorrem às salas adaptadas e que muitos outros grupos alugam salas de hotéis, onde os “preços são muito altos”, sendo que variam de entre 250 e 800 mil kwanzas.

Acesso a publicidade nos órgãos de Comunicação Social 

Adelino Caracol disse também que “há vezes que para colocar publicidade nos órgãos de comunicação social cobram preços “tão altos” como cobram as empresas de automóvel ou telefonia.

“Então, é ali onde precisamos de um apoio do Estado para facilitar e minimizar as nossas dificuldades”, referiu Adelino Caracol.

Durante a presente edição da Mesa Redonda, os artistas manifestaram sentir-se preteridos pelo Governo em relação a outros segmentos, tendo, por quase unanimidade, sublinhado que os “dirigentes tinham mais sensibilidade com o desporto do que com a cultura”, e apontaram como exemplo a construção de grandes estádios de futebol rapidamente erguidos na altura do CAN-2010.

Em relação às políticas do Estado para o incentivo e fomento do teatro, os artistas mostraram-se desconhecer e exigem para que se faça sentir, caso existam realmente documentos criados para o efeito.

Para Manuel Teixeira, conhecido com o personagem de Avô Ngola, a aposta no teatro deve começar mesmo pela construção de infraestruturas. O actor apela o Governo a “construir, com urgência, salas de raiz, convencional para o teatro”.

Já a  mestre em Estudos de Teatro pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Agnela Barros, identificou e defendeu a criação e resolução de três elementos fundamentais para a segurança e estabilidade do teatro no país como a resolução de “Problema Técnico, artístico e Administrativo.

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